Cada Folia de Reis possui o seu Regente, o responsável pela organização do giro e também aquele que concentra a autoridade na condução dos foliões. Pode ser um ancião, assim como um jovem, que com experiência consegue o respeito dos demais foliões.
A música é o elemento de maior expressão cultural de uma folia. Nas folias de Reis a cantoria é feita por diferentes tipos de vozes, entonações e instrumentos musicais, dentre os quais destacamos a viola, o violão, o cavaquinho, a acordeom, a caixa, o pandeiro, o chocalho e o triângulo. Ao percorrerem ruas e avenidas, nas cidades, e estradas vicinais, na zona rural, os foliões completam o giro da folia com diferentes canções rituais.
Nesse percurso ao chegarem à residência onde acontecerá o pouso, os foliões se organizam em duas fileiras para adentrarem na casa cantando. Essa organização obedece a uma disposição em que a bandeira, conduzida pelo alferes, representa o elemento simbólico mais importante da folia. Essa segue a frente do grupo juntamente com os palhaços e os cantores com seus instrumentos.
As letras das músicas acompanham e descrevem cada momento ritual da folia. Cada uma das folias tem seus ritmos e melodias próprias caracterizando uma diferenciação musical entre as mesmas. Os versos cantados são repentes ora rimados, ora não. Para a execução desses, os músicos se dividem em dois grupos e cantam numa simulação de perguntas e respostas.
Os assuntos principais dos versos da folia são o nascimento de Jesus e a trajetória dos Reis Magos a caminho de Belém. No decorrer da cantoria há reverência a cada elemento do altar como: santos, arcos, flores, bem como o agradecimento aos donos da casa, o pedido pelos alimentos e o pedido de pouso.
Nesse momento os foliões se posicionam em volta da mesa, com seus instrumentos musicais e entoam cânticos de agradecimento ao alimento ofertado. Geralmente após esse feito, os foliões músicos cantam para as pessoas que fazem a oferta da esmola individualmente.