As Folias são manifestações da cultura popular presentes no Brasil desde o início da colonização portuguesa, passando por diversas adaptações, conforme Câmara Cascudo (2012). Em Goiás a trajetória das Folias não foi diferente, essas se adequaram ao meio rural com várias influências músico-regionais, em especial a mineira.
As devoções vividas nas Folias são muitas e nos municípios de Anápolis e de Pirenópolis foram estudadas, em especial, as Folias do Divino e as de Reis, as primeiras por ocasião de Pentecostes e as outras pelo Ciclo Natalino.
O trajeto das folias geralmente é circular, no sentido oriente para o ocidente, e é denominado por “Giro da Folia”, tendo à frente a bandeira seguida pelos foliões que cavalgam ou caminham ritualmente. Eles passam por espaços previamente definidos levando a bandeira ao maior número de casas. A entrada da bandeira nessas residências é um ato simbólico de abençoar os lugares e as pessoas.
Nas casas visitadas, o morador conduz a bandeira pelos cômodos, visando abençoar o lar. Na Folia de Reis a mesma é colocada diante do presépio, e os foliões fazem uma parada com cantoria, agradecendo as imagens ali dispostas como representação do nascimento de Cristo.
Em outros momentos, os foliões fazem pausas no trajeto, denominadas por “pouso de folia “caracterizando-se como períodos de descansos para a continuidade da jornada.
Outras características das ritualísticas das Folias estão na passagem pelo arco; na presença de um altar depositário das bandeiras; na condução das bandeiras na mesa posta; e depois da refeição quando ocorre o agradecimento de mesa, seguido pelos pedidos de esmolas.